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[Resenha] A cidade do sol - Khaled Hosseini

Olá, leitores! Hoje trago uma novidade para vocês, o "Estante da Josy" está recebendo agora uma nova colunista/colaboradora!! Ela escreve maravilhosamente bem, vocês vão ver! Ela já vai começar no blog com uma resenha bem impactante: "A cidade do sol". Bom, mas vamos deixar que vocês a conheçam melhor com a resenha dela, não é? Ao final vocês podem conhecer um pouco mais dela. Com vocês: Angélica!





Olá pessoas apaixonadas por livros e leitores do blog “Estante da Josy”. Para quem é encantado pelas páginas mágicas dos livros, sabe que não existe nada mais bacana do que trocar experiências de ótimas leituras. Gostaria de compartilhar com vocês um dos livros favoritos. Uma leitura terna, doce e ao mesmo tempo valente e marcante.
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A Cidade do Sol é a minha obra favorita do autor Khaled Hosseini. A história se passa em um período muito conturbado do Afeganistão, onde os caminhos de duas mulheres se cruzam para mostrar que apesar das bombas e da violência que assola o país, a força dessas personagens é capaz de trazer de volta a esperança.
A primeira mulher forte que Khaled nos apresenta é Mariam, cuja vida nunca foi fácil. Filha bastarda de um homem rico, ela vive com sua mãe em uma parte afastada da cidade, escondida. Não frequentava a escola e nem saia de sua casa, pois era uma “harami” (filha bastarda). As alegrias de sua simples vida eram as visitas de seu pai. Jalil nunca assumiu a filha publicamente, mas mesmo assim a menina tinha adoração por seu babá.
Um dia Mariam resolve ir até a cidade fugida de sua mãe, para fazer uma surpresa a seu pai. Porém o desfecho desta aventura não poderia ser mais doloroso para a jovem. Ele não somente não permite que ela entre em sua casa, como a faz dormir na rua.
Mariam então volta para sua casa arrasada. Tudo piora quando ela descobre a morte repentina de sua mãe. Sem chão a pobre garota afegã se vê sem alternativas. O que a vida reservaria para uma harami?
Seu pai por pressão da sociedade local não pode permitir que a garota ficasse com sua verdadeira família, então ele arranja para a garota de 15 anos um casamento com um sapateiro muito mais velho e de uma cidade distante, Rashid.
O autor narra os acontecimentos políticos do Afeganistão. E no meio da queda do presidente, onde os comunistas obtiveram o poder, nasce nossa segunda mulher de garra dessa história. Laila, diferente de Miriam, era filha de um professor universitário. A garota sempre foi muito bem instruída e mantinha lindos sonhos naquele cenário caindo aos pedaços.
A jovem Laila tem na presença do pai sua esperança de um destino diferente da tradicional vida que costumam levar as mulheres afegãs. Porém sua relação com a mãe não é das melhores, afinal ela nunca superou uma depressão causada pelo sumiço dos filhos, após irem lutar na guerra.
Laila tinha uma vida boa ao lado de sua família e seu melhor amigo Tariq. Os dois nu-trem uma paixão dessas que nem as dores provocadas pela guerra conseguem abafar. E no dia em que ele foi se despedir dela para ir embora a capital, ela resolve se entregar de corpo e alma a esse amor.
O que a jovem não poderia imaginar é que sua vida iria mudar para sempre quando bombas atingissem sua vizinhança e destruíssem sua família, sua casa e seus sonhos.
Em uma reviravolta, Laila se vê não mais como uma adolescente sonhadora, e sim como a segunda mulher de Rashid. Perdida sem o apoio dos pais e grávida de Tariq, a garota não vê alternativa a não ser aceitar o pedido de casamento do sapateiro.
 E ai então que as histórias dessas mulheres se cruzam. Mariam, já mais velha, e Laila passam a conviver juntos. O tempo não foi nada bom com Mariam que sempre sofreu muito nas mãos do impiedoso marido. Espancada com frequência, humilhada, ela não teve uma vida fácil ao lado de Rashid.
Essa é apenas a introdução dessa história de superação e resistência. Muitas reviravoltas acontecem na vida dessas duas mulheres que não pareciam feitas de osso, mas sim de aço.
E é a partir desse encontro e que o autor consegue contar toda história de sofrimento, fome, dor, morte que enfrentou o país. Mas não se engane essa não é apenas uma historia de sofrimento e desilusões, ela é principalmente sobre amor, abdicação e principalmente esperança. Esperança de dias melhores.
É já digo de antemão para quem ainda não leu esse livro, é impossível não amar essas duas mulheres, é impossível não se encantar com o modo doce que Khaled nos conta essa história difícil, mas muito realista do destino que muitas mulheres enfrentam nesses países pela cultura local.
Deixo vocês com meu trecho favorito do livro. Ops... Acho que tem um olho nas minhas lágrimas!
"Uma jovem Mariam está sentada junto à mesa, fazendo uma boneca à luz de uma lam-parina a óleo. Está cantarolando. Tem o rosto suave e juvenil, o cabelo foi lavado e está penteado para trás. E não lhe falta nenhum dente. Laila a vê colar pedaços de lã na ca-beça da boneca. Em poucos anos, essa menina vai ser uma mulher que pede muito pouco da vida, que nunca incomoda ninguém, que nunca deixa transparecer que ela também tem tristezas, desapontamentos, sonhos que foram menosprezados. Uma mulher que vai ser como uma rocha no leito de um rio, suportando tudo sem se queixar. Uma mulher cuja generosidade, longe de ser contaminada, foi forjada pelas turbulências que se aba-teram sobre ela. Laila já consegue ver algo nos olhos daquela menina, algo tão arraigado que nem Rashid e nem os talibãs conseguem destruir. Algo tão rijo e inabalável quanto um bloco de calcário. Algo que, afinal, acabou sendo a sua ruína e a salvação de Laila. A menina ergue os olhos. Deixa a boneca de lado. E sorri. 'Laila jo?'"



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