Degrassi: Next Class é uma série canadense, lançada em 2016 e disponível na Netflix. Essa é a quinta da franquia “Degrassi” e conta com 4 temporadas. Apesar de toda essa sequência, cada uma possui uma história isolada, não dependendo assistir as anteriores para compreender a história. A trama se passa em um colégi e tem como foco principal abordar temas de diversidades entre jovens e adolescentes.
A série apresenta temas tabus como: preconceito com etnias, depressão, suicídio, homossexualidade, drogas, sexualidade, bulimia, feminismo, automutilação, entre outros. Há episódios em que vários temas são retratados ao mesmo tempo, nos levando a refletir. As cenas nem sempre tratam dos assuntos com leveza, temas que merecem mais seriedade a recebem, podendo causar até um certo desconforto em quem assiste. Mas acredito que o objetivo é esse mesmo: incomodar, causar reflexão e mudança em quem assiste, pois as coisas que acontecem na série estão presentes na vida real, no nosso dia a dia.
A história é sim com foco nos adolescentes, toda a vida dos personagens é nesse cenário, sofrendo todos os medos, angústias, empolgações e paixões que qualquer adolescente passa, mas com algo a mais, com as coisas que estão ao nosso redor e que, se não está acontecendo com a gente, certamente está acontecendo com alguém bem próximo.
Para mim, Maya é quem tem mais destaque na trama. Não sei dizer se ela é realmente a protagonista, mas posso garantir que ela rouba toda a atenção. Com uma personalidade bem forte, mas com os pensamentos um pouco fora de ordem, ela tenta se ajustar como pode no mundo, mesmo quando as coisas começam a sair do controle. A evolução dela durante a história é algo que causa impacto. Não é da forma como a maioria das histórias que traz uma personagem pra baixo e que depois se supera, com ela acontece o oposto.
Outra coisa que choca é a Lola que também é uma jovem de muita personalidade. Ela é a única mulher gamer no meio de um grupo só de homens e não se deixa abalar pelo preconceito. Entretanto, com o desenrolar da história, ela descobre que não tem um gênero sexual definido. Ela, não é bem “ela”, mas também não é “ele”. Digamos que seja um meio termo. Uma coisa tão diferente certamente não seria algo bem visto pelos demais e não foi. E a dor dela pode ser sentida por qualquer um que assiste.
Eu não posso dizer que o final de toda essa história é dos mais felizes, algumas coisas não ficaram perfeitas, assim como na vida real, mas tiveram o desfecho ideal para passar a mensagem que desejavam passar. O final é perfeito de uma maneira não tão bela, mas é impossível não se emocionar. É sim uma série pesada, afinal tem uma responsabilidade enorme com esses temas tão polêmicos, mas trabalhou bem cada um deles e isso faz dela marcante e inesquecível.
Assista o trailer:
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