Sinopse:
Um dos romances mais adorados de todos os tempos, O sol é para todos conta a história de duas crianças no árido terreno sulista norte-americano da Grande Depressão no início dos anos 1930. Jem e Scout Fincher testemunham a ignorância e o preconceito em sua cidade, Maycomb – símbolo dos conservadores estados do sul dos EUA, empobrecidos pela crise econômica, agravante do clima de tensão social. A esperta e sensível Scout, narradora da trama, e Jem, seu irmão mais velho, são filhos do advogado Atticus Finch, encarregado de defender Tom Robinson, um homem negro acusado de estuprar uma jovem branca. Mas não é só nessa acusação e no julgamento de Robinson que os irmãos percebem o racismo do pequeno município do Alabama onde moram. Nos três anos em que se passa a narrativa, deparam-se com diversas situações em que negros e brancos se confrontam. Ao longo do livro, os dois irmãos e seu pequeno amigo de férias, Dill, passam por tensas aventuras, grandes surpresas e importantes descobertas. Nos episódios vividos ao lado de personagens cativantes, como Calpúrnia, Boo Radley e Dolphus Raymond, aprendem e ensinam sobre a empatia, a tolerância, o respeito ao próximo e a necessidade de se estar sempre aberto a novas idéias e perspectivas. O sol é para todos é o único livro de Harper Lee. Sucesso instantâneo de vendas nos EUA, que se tornou um grande best-seller mundial. Recebeu muitos prêmios desde sua publicação, em 1960, entre eles, o Pulitzer. Traduzido em 40 idiomas.
Este é um livro muito bonito. Digo que é um dos livros mais bonitos que já tive a oportunidade de ler. A maneira doce e ao mesmo tempo sutil, em que o autor conduz sua obra, faz o leitor ser transportado para dentro do enredo central do livro.
A história é narrada por Jean Louise, ou para os íntimos Scout. A menina é órfã de mãe e vive com seu pai Atticus, seu irmão Jen e a governanta Calpúrnia. Todos moram na cidade de Maycomb, no estado do Alabama, nos Estados Unidos. A época que se passa a narrativa é na década de 30 e retrata um pouco da vida de quem era negro nos Estados Unidos nesse período.
Seu pai, aliás, é uma pessoa a ser destacada na história. Um homem integro que busca dar uma boa educação a seus filhos, uma educação que desconhece preconceitos e discriminação, uma educação limpa, clara e cheia de amor ao próximo.
O livro é dividido em duas partes. As perspectivas que o leitor tem são de uma menina, Scout. Inicialmente o leitor é convidado a conhecer as características locais da cidade e de sua população. A menina, seu irmão e os amigos tentam desvendar um mistério sobre o vizinho, chamado por eles, de Boo. Ele não sai nunca de casa, e isso é o que basta para as crianças criarem um perfil assustador e misterioso do vizinho. Essa narrativa é cheia de aventuras em busca das descobertas sobre a personalidade de Boo.
Logo de cara é possível perceber que a cidadezinha é de muitos moradores conservadores e preconceituosos. Apesar da calma e de ter boas lembranças da menina, nessa primeira parte do livro conseguimos perceber como pensa a população local.
Na segunda parte é que tudo muda. E o que pode parecer uma história simples sobre a infância de crianças, se transforma quando o pai Atticus, um advogado importante da região, é nomeado para defender um caso envolvendo um negro e o estupro de uma garota branca. É neste instante que a pacata Maycomb se transforma em um universo repleto de preconceito e injustiças.
É uma história que aborda diretamente temas muito polêmicos envolvendo racismo e discriminação racial. O leitor é convidado a conhecer o lado mais cruel do ser humano, quando ele se permite julgar alguém pela cor de sua pele. Tudo isso narrado nas perspectivas de uma criança que não entende o porquê de tanta raiva e intolerância.
Claro, que logo a família de Scout também é ameaçada e atingida por essas ondas de raiva e preconceitos. A menina vive então muitos conflitos pessoais, pois fica cercada de comentários de ódio contra seu pai e o que ele faz para tentar defender o rapaz negro, e o que o próprio pai diz a ela sobre o que é certo e correto a se fazer.
O ritmo da história é muito agradável, e poder acompanhar esse período que foi muito importante para entender o racismo e as desigualdades de tratamento pelas diferenças raciais, é muito interessante em todo o contexto da obra.
É uma história que deixa o leitor com um aperto no coração e uma vontade inestimável de abraçar e cuidar da corajosa, doce e linda Scout.
Importante acentuar que a narração é de uma criança, que não compreende em toda sua complexidade os acontecimentos que estão a sua volta. E apesar desta narração, até certo ponto ingênua em alguns momentos, a beleza do livro e sua história são impossíveis de não serem elogiados.
Indico esse livro para todos! Sem restrições de idade, sexo, ou qualquer outra característica. Essa obra traz ao leitor muitos sentimentos. Eu particularmente me divido em antes e depois da leitura de Harper Lee. É aquele livro que toca e marca e que não é possível esquecer jamais.
Para quem gosta de adaptações, a história ganhou a versão no cinema. Dirigido por Robert Mulligan o filme ganhou vários prêmios importantes, entre eles, o Oscar de melhor ator para Gregory Peck em 1963, ano de lançamento do filme.
Espero que tenham gostado! Até a próxima!
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