Os episódios continuam criticando a dependência pelas tecnologias e seguem tão chocantes quando na primeira temporada.
Os personagens são outros e as histórias também. No episódio que abre a temporada (lembrando que não existe uma ordem para assisti-los) “Be Right Back”, a história gira em torno de um típico casal com uma relação normal, mas que tem um pequeno problema: ele é extremamente viciado em seu celular. Mas o que realmente acaba separando esse casal é o fato da morte do marido.
Muito abalado com o ocorrido ela acaba conhecendo um inovador programa que permite que ela “converse com ele”. Esse programa funciona da seguinte maneira: é feito uma espécie de análise sobre todas as redes sociais, incluindo fotos, vídeos e mensagens e todas as publicações virtuais dele. Com isso, até as manias de falar dele acabam sendo absorvidas pelo programa, logo, ela sente que está falando com o marido.
O que começa com uma simples maneira de matar as saudades, acaba ficando preocupante, pois ela acaba “comprando” um clone do marido. Uma espécie de robô com as mesmas características físicas dele. Isso acaba levantando algumas discussões muito interessantes a respeito dessa dependência dela pelo marido, mesmo ele estando morto. O programa de certo modo acaba evitando qualquer possibilidade de esquecimento dela em relação ao marido. Cria- se então um relacionamento extremamente tóxico para ela.
No segundo episódio “White Bear” o enredo gira em torno de Vitória, que desperta sem nenhuma memória. Quando ela sai às ruas em busca de ajuda, o que ela encontra são pessoas hipnotizadas nas telas dos seus aparelhos celulares. Logo ela é surpreendida por pessoas mascaradas que tentam matá-la, e os outros acabam não se importando, pois estão viciadas nas telas dos celulares. A crítica desse episódio é forte sobre a dependência pelo celular e a cultura do espetáculo.
No terceiro e último episódio dessa temporada “The Waldo Moment” é sem dúvida um dos melhores episódios da série. A política é o enredo principal. Jamie (Daniel Rigby) é a voz de um famoso personagem de animação, o Waldo. Ele é um urso azul que tem um comportamento extremamente grosseiro. Ele tem o hábito de entrevistar políticos e no momento que se inicia o episódio seu alvo é Liam Monroe (Tobias Menzies). O público tem verdadeira paixão pelo personagem. Com isso, ele acaba se tornado um dos candidatos a eleição. O que parece ser um absurdo em relação a termos políticos pode trazer ótimas reflexões para quem acompanha o episódio. Afinal, vários pontos podem ser analisados, como por exemplo, um homem tipicamente frustrado que esconde seus fracassos e sua revolta na voz e imagem de um personagem. Ou essa adoração das pessoas por algo que é criado, e não existe no mundo real, afinal Waldo é um personagem. E outro ponto é a crítica sobre a falta de conscientização na hora do voto e em certa alienação a respeito de alguns pontos.
Eu não saberia dizer qual das duas temporadas é a melhor, pois ambas trazem bons debates sobre temas muito atuais e importantes de serem discutidos, afinal somos diariamente bombardeados por muitas informações e inovações tecnológicas.
Por hoje fico por aqui! Até semana que vem, quando falaremos da terceira temporada da série! Bjus
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